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Corpo de jovem morto no Nordeste de Amaralina é sepultado em meio a revolta
O cemitério estava lotado durante o enterro e amigos e familiares levaram cartazes e faixas pedindo punição aos policiais militares acusados
O corpo de Carlos Alberto Júnior, 21, morto durante uma ação da Polícia Militar no Nordeste de Amaralina, foi sepultado no final da tarde desta sexta-feira (14) no Cemitério Campo Santo em clima de revolta e indignação. A família pede justiça pela morte de Júnior.
O cemitério estava lotado durante o enterro e amigos e familiares levaram cartazes e faixas pedindo punição aos policiais militares acusados de matar Júnior. A Polícia Militar da Bahiainstaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o envolvimento de sete PMs no caso.
Pedido de justiça no enterro de Júnior: “execução clara”
Os policiais militares foram afastados das atividades operacionais enquanto durar o referido inquérito, que tem prazo inicial de 40 dias para conclusão. Em nota, a Polícia Militar informou que não irá divulgar o nome dos envolvidos, “tendo em vista que as investigações começaram na tarde de ontem e por a Corporação não ter a certeza do nível de participação dos policiais no que está sendo denunciado”.
Um novo protesto de moradores do Nordeste, que estava marcado para hoje, foi adiado para o sábado, mas ainda não tem horário definido. A manifestação acontecerá no bairro. Ontem, os moradores fizeram protestos na avenida Manoel Dias da Silva, na Pituba, e também na Visconde de Itaborahy, em Amaralina, fechando a via.
Caixão de Júnior foi coberto com a bandeira do clube do coração, o Vitória
Provas forjadas
De acordo com amigos de Júnior, os policiais mataram o jovem e tentaram forjar provas para incriminá-lo. “Ele tinha saído do bar quando foi cercado por quatro PMs. Eles chegaram atirando”, disse um deles. “Depois, colocaram a arma na mão dele. Todo mundo viu”, disse o outro amigo da vítima.
A versão da polícia é bastante diferente. Segundo eles, os PMs da Base Comunitária de Segurança realizavam uma ronda na localidade de Olaria e teriam sido recebidos a tiros pelos moradores. Teria havido uma troca de tiros e Júnior foi morto.
Os policiais alegam terem apreendido também um revólver calibre 38 e pedras de crack. Em um terreno próximo, eles também encontraram uma pistola calibre 32. A morte foi registrada como Auto de Resistência na Corregedoria da corporação e não na delegacia do Nordeste.
De acordo com familiares, Júnior trabalhava em um hotel na Barra e estava de folga. Ele era primo do menino Joel, que morreu em 2010, aos 10 anos, também durante ação da PM. Os nove policiais denunciados pelo Ministério Público pelo crime respondem em liberado ao processo judicial.
Avenida Manoel Dias da Silva foi alvo de protestos duas vezes ontem. (Correio)
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