Bahia
Mães de Marília Mendonça e produtor Henrique Ribeiro se apoiam após acidente aéreo: ‘A gente sabe o que é essa dor’
As mães de Marília Mendonça e do produtor Henrique Ribeiro estão prestando apoio mútuo após o acidente aéreo que vitimou os dois, além de outras três pessoas, na tarde de sexta-feira (5). Além de trabalharem juntos há seis anos, Henrique e Marília eram amigos íntimos e tinham relação fraternal.
Ruth Dias e Mariza Ribeiro estão vivendo juntas uma dor que não é natural, compartilhada pela proximidade que os filhos tinham. A mãe de Henrique revelou que tem conversado com Ruth, que considerava o filho dela como parte da família.
“Um abraço muito querido para Ruth. Quando ela falou comigo, falou assim: ‘Mariza, eu perdi três pessoas da minha família, porque o seu filho era meu filho. Ele fazia tudo para mim aqui. Foi a minha filha, foi o meu irmão e foi ele. Eu sinto a sua dor’. Eu disse: ‘E eu sinto a sua’“.
“A gente está de coração unido com a família de Marília, porque a gente sabe o que é essa dor”.
Henrique Ribeiro junto com a família, e Marília Mendonça com o ex-marido ao fundo, durante réveillon na Bahia — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Para Mariza, a relação de Henrique e Marília acabou fortalecida, também, por causa da saudade que o filho sentia da irmã mais nova, Clara Ribeiro.
“Quando ele assumiu trabalhar com Marília, ele também transportou um pouco de estar longe da irmã. Porque uma coisa que me chamou a atenção em um dos shows, e eu observei em todos os shows: Henrique apontava Marília na hora que ela ia entrar no palco. Ele botava o microfone, tudo direitinho, conferia, e dava um beijo na testa dela“.
“Isso ficou muito marcado em mim, ver esse carinho que ele tinha por ela, em todo show. E eu, em todos que eu assisti, ficava junto porque eu queria ver se isso era corriqueiro, se era uma coisa contínua dele. E era. Ele dava esse beijinho na testa. Aí eu disse: Meu Deus, eu acho que ele transporta um pouco da falta que ele sente de Clara. E em Marília, ele absorveu. Ele teve como uma irmã”.
Prestativo
Os pais contam que, desde pequeno, Henrique sonhava em trabalhar com eventos.
“Teve uma vez que a gente passou o carnaval e Henrique, ainda novinho, sumiu dentro do Hotel da Bahia. Pense no desespero, no hotel, no carnaval, esse menino perdido lá dentro. E a gente: ‘meu Deus, cadê Henrique?’. Quando conseguimos localizar, Henrique estava no palco, arrumando e ajudando o povo a carregar os equipamentos”, lembrou Mariza.
Henrique Ribeiro, produtor da cantora Marília Mendonça — Foto: Reprodução/Redes Sociais
A carreira como produtor começou antes mesmo de ele completar maioridade, em Salvador. Por ser adolescente, o pai acompanhava o filho em todos os shows e organizações que ele fazia.
“Aos 15 anos, ele começou com a banda Motumbá. Depois, ele foi para o Cheiro de Amor. O pai acompanhava, sempre levava, porque ele queria ir. Como ele era menor [de idade], George ia junto”, contou a mãe dele.
“Ele era muito prestativo. Quem precisava dele, ele estava lá para atender”.
O pai, George Ribeiro, também falou sobre a veia produtora que ele tinha desde novo. Das festas de colégio aos eventos que organizou já adulto, Henrique sempre teve o apoio da família.
“Nas festas de colégio ele falava: ‘Meu pai, vou fazer uma festa’. Eu dizia: ‘Vá e faça’. Eu vou lhe levar. Que horas é para te buscar? E eu estava lá. Ele saiu daqui [de Salvador] com 21 anos. Se formou e 15 dias depois ele embarcou para Divinópolis [em Minas Gerais]. Ele fez gestão de eventos, que era o ramo mais próximo do que ele queria. Ele disse: ‘Meu pai, eu vou estudar para ser um profissional de eventos’”.
Henrique Ribeiro, produtor de Marília Mendonça — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Apesar de abalados com a tragédia, a família de Henrique fez questão de destacar que ele estava feliz, fazendo o trabalho dele.
“Aquele avião era só felicidade, eu digo a você. Eles estavam retornando ao que eles mais gostavam de fazer na vida, que era cantar, fazer a produção, fazer tudo. Infelizmente houve esse acidente”, avaliou George.
Henrique deixa um filho, que mora com a mãe em Minas Gerais. A irmã de Henrique, Clara, também acredita que o irmão estava satisfeito, vivendo seu melhor momento, quando teve a vida interrompida pelo acidente.
“Ele estava tão feliz, vivendo uma vida tão plena, que ele viveu em poucos anos o que muita gente em muitos anos não vive. Ele viveu tudo e ele estava muito feliz”.
(G1-Ba)