Salvador: Criança de oito anos furta celular induzida por família e pais podem perder a guarda da criança;Veja o vídeo

Câmera de segurança mostra quando soldado incentiva criança na ação.

Cliente esqueceu celular em mesa. Família pode perder guarda, diz MP-BA.

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Uma menina de oito anos foi orientada a furtar um telefone celular pela própria família dentro de uma lanchonete no bairro de Ondina, em Salvador. Os pais da garota podem perder a guarda da criança, afirma a Promotoria, caso o crime seja confirmado. O cunhado da garota, de 23 anos, que participou da ação, é soldado do Exército. Imagens do circuito de segurança mostram o crime. (Veja no vídeo acima).

Pelas imagens, o soldado parece incentivar a irmã mais nova da mulher dele a pegar um celular esquecido em uma mesa ao fundo, de um cliente que trocou de lugar. A menina de oito anos hesita, mas vai até o local onde está o aparelho.

Outra câmera mostra que a mãe da garota e a irmã mais velha também estão na lanchonete, e acompanham toda a ação. A criança coloca o celular no bolso da bermuda e sai levando o sobrinho de um ano, filho da irmã com o soldado. A família se retira rapidamente.

Alguns minutos depois, o dono de celular, Luciano Alves, professor de Educação Física, deu falta do aparelho e desconfiou da família. Ele pediu para ver as imagens do circuito interno de segurança e afirma que ficou chocado com o que assistiu. “Aquele ato foi chocante. Daquele dia para cá, eu tenho duas noites sem dormir praticamente, pensando nessa criança, porque eu sou pai também”, afirma a vítima. A situação aconteceu na semana passada.

A senhora, sua irmã e genro, que estavam com a garota na ocasião do crime, se apresentaram à polícia e vão responder ao processo em liberdade, já que não foram presos em flagrante. Eles foram indiciados por furto qualificado e corrupção de menores. O aparelho furtado foi devolvido na 7ª delegacia, no Rio Vermelho.

Se eles forem condenados, eles podem pegar até oito anos de prisão. Em depoimento, a polícia afirma que eles reconheceram o erro. “Assumiram que houve uma falha realmente, e [relataram] que a própria disposição de virem até aqui, a delegacia, já seria ato de penitência, de assumir a culpa”, relata a delegada Jussara Souza sobre o depoimento.

A promotora de Justiça Marli Barreto, que trabalha com crianças e adolescentes que cometem atos infracionais, afirma que a família corre o risco de perder a guarda da menina. “O Ministério Público é titular da ação e pode, sim, na defesa dos interesses da criança, e a depender dos elementos que sejam levantados no processo, destituir [a criança] do poder familiar, que seria a perda definitiva”, aborda.

A advogada, Tércia Monique, que representa a família da menina, não quis falar sobre o assunto. O Exército informou que o soldado  serve no quartel da Paralela e estava emprestado para o Quartel de Amaralina. Segundo o Exército, uma sindicância foi aberta e, se houver indício de crime, o soldado vai responder a um inquérito militar. (G1)