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Aécio comemora retorno ao Senado: ‘Sempre acreditei na Justiça do meu país’
Pouco mais de dois meses após ter sido afastado do Senado pelo Supremo Tribunal Federal, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) já deve se organizar para retornar ao Congresso. Isso porque, nesta sexta-feira (30), o ministro Marco Aurélio Mello decidiu revogar a liminar assinada pelo relator da Lava Jato, ministro Edson Fachin, e determinou que o tucano mineiro retorne ao Legislativo. “Recebo com absoluta serenidade a decisão do Ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, da mesma forma como acatei de forma resignada a decisão anterior”, compartilhou Aécio, há menos de uma hora, em seu Facebook. Alvo de mais de cinco inquéritos, o parlamentar é acusado de pedir R$ 2 milhões em propina da JBS e ainda de tentar obstruir a operação. “Sempre acreditei a Justiça do meu país e seguirei no exercício do mandato que me foi conferido por mais de 7 milhões de mineiros, com a seriedade e a determinação que jamais me faltaram em 32 anos de vida pública”, afirma. Marco Aurélio também negou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para prender Aécio e derrubou a proibição de falar com outras pessoas investigadas no caso JBS, dentre elas a irmã do senador, Andrea Neves. A defesa do tucano havia protocolado um pedido para que os dois pudessem manter contato, logo após Andrea ter sua prisão preventiva substituída por prisão domiciliar. A decisão de Marco Aurélio revoga ainda a restrição que impedia o senador de sair do país. Como argumentos, o magistrado contestou a tese da Procuradoria-Geral da República (PGR) de que Aécio poderia usar sua influência política para interferir nas investigações. No pedido apresentado pela PGR, a equipe de Rodrigo Janot pontua as críticas feitas pelo senador de que o ex-ministro da Justiça, Osmar Serraglio, não tinha controle sobre a Polícia Federal. Após a deflagração da Operação Patmos, que culminou no afastamento de Aécio e na prisão preventiva do ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o Ministério da Justiça passou a ser comandado por Torquato Jardim, antes titular da Controladoria Geral da União (CGU). “Críticas à atuação do Ministro da Justiça são normais, esperadas e, até mesmo, decorrentes do exercício legítimo da função do Legislativo, não revelando perigo concreto de influência nas atividades do Presidente da República ou de embaralhamento de investigações em curso”, entendeu Marco Aurélio. Para o magistrado, o afastamento do tucano poderia ainda colocar em risco a harmonia entre os poderes Legislativo e Judiciário. (BN)
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