AÇÃO POLICIAL
Imagens comprometem PMs suspeitos de matar adolescente no Rio
Gravações de duas câmeras instaladas numa viatura da Polícia Militar do Rio registram a conversa entre os cabos da PM Fábio Magalhães Ferreira, de 35 anos, e Vinícius Lima Vieira, de 32.
As imagens foram feitas no momento em que os policiais detiveram três rapazes no centro do Rio, na manhã de 11 de junho. Todos foram levados a um matagal no alto do morro do Sumaré, na zona norte do Rio. Um deles, de 14 anos, sumiu naquele dia e foi encontrado morto seis dias depois. Outro foi alvo de tiros, mas sobreviveu após fingir ter morrido. O terceiro, que fora detido apenas por observar o momento em que os outros dois eram perseguidos e presos, foi libertado pelos PMs sob ameaça de morrer caso denunciasse o caso.
O caso só foi descoberto porque o segundo adolescente, mesmo ferido nas costas e na perna, voltou para casa, no Complexo da Maré, na zona norte, e narrou o episódio ao pai. Segundo ele, os dois foram baleados e lançados do alto do morro. O homem fez a denúncia à Corregedoria da Polícia Militar. O GPS comprovou que os policiais foram ao morro, enquanto as gravações das câmeras mostraram a conversa entre os policiais, que já foram denunciados por homicídio e ocultação de cadáver.
As câmeras registraram imagens dos policiais enquanto levavam as vítimas ao morro, exibidas anteontem pelo “Fantástico”, da TV Globo. “A gente nem começou a bater e vocês já estão chorando”, diz um dos policiais. “Se tiver correria vai morrer aqui mesmo”, afirma o outro. “Para de chorar, porra. Seja homem”, diz Lima. Antes, logo após prenderem o trio, os PMs discutem para onde levá-los. “Lá para cima?” propõe Lima. “Descarregar a arma um pouquinho”, concorda Magalhães. “Jogar lá de cima”, diz Lima.
As câmeras não registram um trecho da ação dos policiais, exatamente quando eles teriam atirado contra as vítimas e lançado os dois adolescentes penhasco abaixo. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança do Rio, não há imagens porque as câmeras não funcionam com o veículo desligado. O advogado dos PMs não foi localizado nesta segunda-feira, 21, pela reportagem. Em 19 de junho, Marcelo Bruner, então representante dos policiais, afirmou que eles negam ter matado o adolescente – e que levaram o grupo ao morro do Sumaré porque era ali que os dois jovens afirmaram morar. (Correio da Bahia)
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