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Descontos em negociação de dívidas com escolas podem chegar a 50% com prazos maiores no cheque ou cartão
A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Bahia (FDCL- BA) confirmou, ontem, a lista das oito escolas e faculdades particulares que vão participar da 4ª edição do Feirão do Nome Limpo.
O feirão acontece entre 24 e 29 de novembro, no Centro de Convenções da Bahia, no Jardim Armação. A Assessoria Financeira Grupo 1 será responsável pela a realização das negociações no estande que o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe) montará no evento.
As instituições particulares participam pela primeira vez do Feirão, que promove a negociação de dívidas. Na lista estão os colégios Nossa Senhora da Soledade, São José, Sacramentinas e 2 de Julho. Entre as faculdades participam a São Salvador, São Tomaz de Aquino, 2 de Julho e Santo Antônio de Alagoinhas.
Condições
Os pais inadimplentes ou os responsáveis financeiros pelos alunos que forem negociar com os estabelecimentos podem conseguir descontos de até 50% nas dívidas feitas até 2012, sem incidência de multas e juros corrigidos. Débitos mais recentes vão poder ser parcelados em até oito vezes no cartão de crédito, com uma entrada de 30% a 50%. Outra opção é, após a entrada, dividir o restante do débito em seis parcelas no cheque.
De acordo com o diretor financeiro do Grupo 1, Mateus Leite, as dívidas protestadas chegam a R$ 6 milhões. A expectativa é reaver pelo menos 50% desse valor com as negociações. “Os inadimplentes já estão com os nomes negativados na Serasa. O nosso intuito é negociar. Se depender da gente, ninguém vai sair sem um bom acordo”. A empresa de cobrança estima que sejam feitos pelo menos mil acordos em um universo de 6.800 inadimplentes das escolas e faculdades que vão estar no Feirão.
Mateus Leite alerta que essas condições valem apenas para as negociações feitas durante este período. “É uma oportunidade única de obter 50% de desconto para títulos antigos e flexibilização dos prazos para títulos atuais”.
Se o devedor optar pelo pagamento à vista, o desconto pode ser ainda maior. “Nesse caso, analisaremos a situação de cada um, mas, com certeza, será concedido um desconto além do que foi divulgado. Vamos flexibilizar o máximo para reduzir a inadimplência em 2015”, assegurou Leite.
Barganha
A professora Conceição Mesquita paga R$ 460 pela mensalidade no 3º ano do ensino fundamental do neto Gabriel, que estuda no São José (Ribeira). Ela conta que, em 2013, passou por um “aperto” nas finanças e acabou atrasando em três meses o pagamento da escola, mas reclama que não houve qualquer tipo de negociação para quitar a dívida.
O jeito foi pegar um empréstimo para não comprometer a matrícula no ano seguinte. “Senti falta disso realmente. Acabei tomando um empréstimo no banco e paguei o débito, inclusive com juros e correção”, lembra. “Acho que as escolas devem negociar. Falta um pouco de abertura para facilitar esta negociação, principalmente quando o responsável pelo aluno passa por uma situação financeira difícil”, opina.
A professora está devendo a mensalidade do mês de novembro, mas já planeja usar a primeira parcela do décimo terceiro salário para quitá-la. “Isso já está no orçamento. Vou pagar com o meu próximo salário o mês de dezembro e a matrícula do ano que vem vou garantir com a outra parte do décimo terceiro”.
Segundo o educador financeiro Angelo Guerreiro, o ideal é aproveitar a renda extra que chega até o final do mês com o pagamento do benefício, como fez Conceição. “Ele pode ajudar a quitar a dívida. Quanto à negociação da outra parte, vale barganhar um desconto e uma proposta dentro do valor que o responsável financeiro pelo aluno pode assumir”, recomenda.
Guerreiro chama atenção para não cair no empréstimo rotativo do cartão de crédito ou no cheque especial. “Os juros são altíssimos e podem gerar um novo problema, em vez de resolvê-lo”. (Correio da bahia)
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