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AÇÃO POLICIAL

Cantor de forró é morto e mãe aponta ‘tortura’; PM diz que ele reagiu a ação

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Polícia afirma que jovem de 19 anos entrou em confronto após roubar carro. Família relata que pescoço de artista estava quebrado e crânio machucado.

Corpo do cantor foi sepultado na segunda-feira (7). Foto foi colocada em cima do caixão porque rosto estava desfigurado (Foto: Augusto Jacobina / Site Augusto Urgente)

Corpo do cantor foi sepultado na segunda-feira (7). Foto foi colocada em cima do caixão porque rosto estava desfigurado (Foto: Augusto Jacobina / Site Augusto Urgente)

O cantor de forró da “Banda dos Vaqueiros”, Igor Féliz, de 19 anos, foi morto a tiros durante uma abordagem policial na cidade de Irecê, no centro-norte baiano, depois de ter roubado um carro e reagido com tiros à voz de prisão, segundo a versão da polícia. O caso ocorreu na madrugada de domingo (6) e ele foi sepultado nesta segunda-feira (7). A família, porém, garante que não há marcas de tiros no corpo do rapaz e acredita que ele tenha sido torturado.

G1 não conseguiu contato com a delegacia e com o coordenador do Departamento de Polícia Técnica da cidade.

Segundo o 7º Batalhão de Polícia Militar de Irecê, a abordagem foi realizada às 0h05, por policiais da Companhia de Emprego Tático Operacional (CETO), com o apoio das guarnições da 1ª, 2ª e 4ª Companhias de Polícia Militar. A perseguição teria começado depois da central de rádio da PM enviar informação de que um veículo pertencente a um senhor havia sido roubado perto de um espaço evangélico, no bairro de São José.

Ao chegar ao local, a equipe da CETO foi informada de que o suspeito fugiu por estrada vicinal, que dá acesso ao município de João Dourado, relata a polícia. Já perto de um outro povoado, um cidadão informou, via 190, a localização do suspeito e do veículo. Foi quando a guarnição da PM se deparou com o suspeito. Ainda de acordo com a polícia, ao avistar a viatura, ele realizou sem sucesso uma manobra de 180º com o veículo, conhecida como “cavalo de pau”, e bateu em um telefone público. Ao descer do carro, o suspeito teria trocado tiros com a polícia, sendo atingido por disparos e encaminhado ao hospital de João Dourado.

Versão da família
A mãe do cantor, Maria Rosa Gomes, não acredita que ele tenha reagido à abordagem da polícia. “Até acredito no que dizem, mas não que meu filho trocou tiros com eles e que eles atiraram nele, porque não tinha nenhuma marca de bala. Ele foi torturado! O pescoço estava quebrado, o crânio machucado e o abdômen preto, cor de carvão, e tinha um corte na bochecha com marca de coturno”, disse a mãe da vítima.

Antes do crime acontecer, o cantor teria ido visitar o primo, que viajaria no dia seguinte para o Mato Grosso. De acordo com a mãe do cantor, o primo teria reparado que ele estava triste, porém, sempre que perguntado, o rapaz afirmava que estava tudo bem.

“Ele foi visitar o primo em Irecê, que iria viajar no dia seguinte para Mato Grosso. Chegou lá na casa muito triste. O primo dele disse ‘Levante a cabeça, que tristeza é essa?’ e ele respondeu ‘Não é nada não, primo, tá tudo bem comigo'”, informou a mãe.

Na tentativa de animar o rapaz, os dois foram a um aniversário na noite de domingo. Segundo a mãe do suspeito, o primo resolveu voltar mais cedo, pois viajaria no dia seguinte, mas o jovem se recusou a acompanhá-lo. Do aniversáro, de acordo com a mãe, o suspeito se dirigiu a um casamento evangélico, quando de lá teria cometido o crime.

Ainda de acordo com a mãe do cantor, ele não era envolvido com drogas, nem mesmo com o crime, e não tinha motivos aparentes para ter roubado o carro. “Ele não precisava fazer isso. Nós temos carro, moto, casa própria e comércio. Ele deve ter tido algum distúrbio, só pode! Ele estudava, cantava e ganha o dinheiro dele. Eu, como mãe, sinto por dentro que fizeram isso e, agora, vou tomar minhas providências”, afirmou.

O cantor faria 20 anos em outubro e deixou a mulher de 20 anos e o filho de oito meses. O corpo do cantor foi sepultado às 10h da segunda-feira (7), no cemitério da cidade, e contou com a presença e amigos e familiares. (G1/Bahia)

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