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Com show de aéreos e nota 10, Filipe Toledo conquista etapa de Gold Coast

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Com outra atuação de gala, Filipinho, caçula do circuito Mundial de Surfe, bate Julian Wilson e coroa com 1º título uma etapa onde deu espetáculo em todas as baterias

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Filipe Toledo rezou e apontou para os céus ao entrar na água para a grande decisão da etapa de Gold Coast, contra o xodó local, o australiano Julian Wilson. Cerca de meia hora depois, o paulista de 19 anos, caçula do tour, estava nos braços da torcida brasileira que invadiu a praia de Snapper Rocks, comemorando seu primeiro título no Circuito Mundial de Surfe. Com mais uma atuação de gala, recheada de aéreos e manobras ousadas, Filipinho venceu de forma incontestável por 19,60 a 14,70, coroando com o título um torneio onde deu espetáculo em todas as baterias. A conquista ainda foi carimbada com uma nota 10 na última onda. Um encerramento perfeito, que fez jus a uma campanha impecável do jovem prodígio do surfe brasileiro.

– Só Deus e minha família sabem o quanto treinei e de quanta coisa  abri mão para que isso acontece. Esperei muito por esse momento, sonhei muito com isso e minha hora chegou. Deus preparou esse dia para mim, do jeito que ele queria. Foi demais! –  comemorou.

Antes mesmo de sair da água, Filipe foi levantado pela multidão de brasileiros que assistiram seu espetáculo. Aos gritos de “É campeão!” e “Ha ha hu hu, a Austrália é nossa”, o vencedor do “Nas Ondas” foi carregado até a areia. Lá, recebeu um abraço apertado do pai Ricardo Toledo, tricampeão brasileiro, e não conteve as lágrimas. Na sequência recebeu os cumprimentos dos surfistas compatriotas, dentre eles Gabriel Medina e Silvana Lima. Era apenas o começo de um dia de muita festa.

– Não tinha jeito melhor de terminar essa final. Fechar a bateria desse jeito, com uma nota 10, com meu pai, meus amigos todos aqui e essa multidão brasileira dando esse apoio, Deus me ajudando… Significou muito para mim – completou Filipe, 17º colocado no Mundial do ano passado.

No ano passado, o vencedor da etapa de Gold Coast, que abre a temporada do Mundial de Surfe, foi o brasileiro Gabriel Medina. Em dezembro, ele acabou se tornando campeão mundial após outras duas etapas vitoriosas (Teahupoo e Fiji), sendo o único do Brasil a levantar títulos na temporada. Medina, inclusive, também é considerado um prodígio da geração talentosa do país, ganhando etapas com apenas 17 anos. Ele fez questão de dar um abraço em Filipinho após o triunfo.

A próxima etapa do Mundial de Surfe será novamente na Austrália, em Bells Beach entre os dias 1º e 12 de abril. Em seguida, a disputa vai para Margaret River, no mesmo país. Em maio, os surfistas desembarcam no Rio de Janeiro.

A bateria

Os primeiros cinco minutos foram tensos. Poucas ondas e muito estudo entre os dois competidores. Filipinho passou então a ditar o ritmo. Pegou a primeira onda, onde encaixou alguns “floaters” (manobra em que o surfista, depois de dar uma cavada na base da onda, vai até a crista e passa por cima dela, quase flutuando, retornando em seguida à base), um “layback” (manobra em que o surfista empurra as costas para a parede da onda e, em seguida, se levanta de novo) e encerrou com um aéreo, tirando 8,00. E depois, dropou mais três na sequência, abortando duas delas e tirando 6,00 na última delas, alcançando 14,00.

Filipe Toledo Gold Coast (Foto: Luciana Pinciara / Motion Photos)Pai e filho comemoram juntos a conquista na Austrália (Foto: Luciana Pinciara / Motion Photos)

Enquanto isso, Julian permanecia zerado, à espera da melhor oportunidade. A 18 minutos do fim, o australiano finalmente entrou em ação. Começou a onda com um aéreo, arrancando aplausos da torcida, mas acabou se desequilibrando ao tentar repetir a manobra e caiu, tirando 3,70. Na sequência, Wilson concluiu uma bela onda com um aéreo e tirou 9,10. Com isso, chegou a 12,80 e ficou precisando apenas de 4,91 para virar o duelo.

Mas na onda seguinte, o brasileiro deu o troco em grande estilo, emplacando um 9,60 que o deixou com 17,60 e forçou o rival a ter que tirar 8,51. E o dia era mesmo de Filipinho. Nos minutos finais, o paulista de Ubatuba pegou duas ondas espetaculares. Na primeira delas, acertou diversas manobras e tirou 9,17, subindo para 18,77 pontos. E na última delas, a segundos do fim, desfilou seu repertório de aéreos e foi premiado com um 10. Nada mais justo para um triunfo mais do que merecido.

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