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ENSAIOS E ENTRETENIMENTO

Na Sombra do Poder: sai Dilma entra Temer; mas na hora H a voz falhou

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Na Sombra do Poder: sai Dilma entra Temer; mas na hora H a voz falhou

Cada vez mais enfraquecido, o governo tão somente assistiu ao previsível desfecho da abertura do processo de impeachment e o consequente afastamento da presidente Dilma Rousseff. Viu passivamente as escancaradas tratativas da oposição e a montagem da equipe de Michel Temer, que apesar da aparente serenidade já falava aos quatro cantos como novo comandante do país.

Ora por carta ora por pronunciamento antecipado, “vazado” via zap zap.

Na Sombra do Poder: sai Dilma entra Temer; mas na hora H a voz falhou
Mas nesta quinta, quando precisou, enfim, falar como presidente interino em lugar da petista, a voz falhou. O nervosismo driblou a costumeira frieza e uma tosse embargou suas primeiras palavras à nação. Recorreu à taça de água no púpito, mas como a rouquidão não cessou, Temer apelou à plateia: preciso de uma pastilha! E prontamente foi socorrido por um dos súditos. Com o gogó recuperado, traçou as linhas gerais da nova administração.

Papagaio de pirata

O afastamento da presidente Dilma Rousseff teve um gosto especial para o senador Aécio Neves. De certo modo conseguiu emplacar uma vitória retardada sobre a petista, num revanchismo declarado às eleições de 2014. O gozo, todavia, não foi completo. Teve que engolir a coroação do peemedebista, que sequer foi às urnas. Até hoje, sua posição de maior prestígio na presidência da República foi como papagaio de pirata na posse de Michel Temer.

Coalizão ou fisiologismo?

Lição da história: governabilidade se negocia e cargo se distribui. Engana-se quem pensa que os ministérios de Temer seriam comandados exclusivamente por quadros técnicos. Política se faz com acordo e discussão na vida real. Agora, resta saber se a palavra de ordem será coalizão ou fisiologismo. Mais que isso, interessante será observar se as duas coisas, na realidade, não significam o mesmo.

Resistentes

Os quadros de primeiro escalão do governo Dilma Rousseff optaram por ficar na órbita do chamado gabinete de “resistência” da presidente afastada. Jaques Wagner está incluso nesta lista. Estes agentes formarão uma espécie de conselho externo para ter a liberdade de correr o país e o exterior na busca de apoio às teses de golpe.

Reerguendo o PT

Ainda sobre Wagner, as conversas para que ele assuma a presidência do PT estão correndo a todo vapor. Um dia antes da aprovação do afastamento da presidente, líderes do partido na Câmara e Senador, além de governadores e dirigentes da legenda apoiam a convocação de uma eleição extraordinária para elegê-lo. Duas leituras são feitas: a atual direção desagrega o partido e, portanto, precisa sair para que haja unidade na crise; e o desgaste é grande da “turma” de São Paulo que vem dando as cartas no partido há muito tempo.

O protagonista

Geddel Vieira Lima (PMDB) assume a Secretaria de Governo e a expectativa é grande para saber como está o humor e o trato pessoal e político do ex-ministro de Luiz Inácio Lula da Silva. Geddel é peça chave na gestão de Temer. Reconhecido como um dos protagonistas agentes da ruptura com o PT. Agora, resta saber se o temperamento vai permitir que ele atue na articulação política.

Roubando a cena

Por falar em temperamento, Geddel estava com os ânimos agitadíssimos na cerimônia oficial do novo governo. Feliz da vida pela reviravolta política que ajudou a construir, o novo ministro da Secretaria de Governo quebrou o protocolo e roubou a cena ao extrapolar num cumprimento. Tudo sob o olhar clínico do novo chefe.

‘Mui amigos’

Por enquanto, Geddel brinca com os neoaliados. Nessa levada, chamou a atenção nas redes sociais uma foto em que aparece ao lado do senador Magno Malta (PR), baiano nascido em Macarani, pastor evangélico, cantor e legislador pelo estado do Espírito Santo. Como o vizinho faz uma ‘pose estranha’, Geddel legendou a foto elogiando a “chinfra do amigo senador”.

Tietagem

Lúcio Vieira Lima (PMDB), irmão de Geddel e deputado federal, era assediado por diversos parlamentares durante o processo de impeachment. Sabia-se que ele é mais ponderado que o irmão e é nesse sentido que o deputado tende a ser bombeiro e interlocutor dos aliados. Lúcio já deve estar se preparando para fazer o meio de campo.

Mensagem subliminar

Por falar em Lúcio, o deputado fez uma selfie durante o pronunciamento de posse do presidente interino Michel Temer. Mas, olha quem estava lá atrás? O [ainda] secretário de Promoção Social e Combate à Pobreza, Bruno Reis. Alguém pode me dizer o que ele estava lá fazendo? O prefeito ACM Neto, pelo menos, não deu as caras.

Um lugar ao sol

O deputado Benito Gama (PTB) quer um lugar ao sol no novo governo. Trabalhou duro para destituir a presidente Dilma Rousseff. Seu partido ficou com o Ministério do Trabalho com Ronaldo Nogueira. BG, como é chamado na Câmara, ainda não conseguiu emplacar cargos, mas ascende dentro da bancada do partido na Casa Baixa e pode abocanhar uma liderança. (Bocão News)

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