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O ‘all-in’ de Haddad: ministro madruga em Brasília para tentar salvar pauta econômica

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda estava em Berlim, onde participava de agenda ao lado do presidente Lula, quando avisou a parte de sua equipe que tentaria abandonar a próxima etapa da agenda internacional, a reunião do Mercosul para voltar a Brasília.

Ele não explicou bem o motivo, mas estava claro: à distância, Haddad viu o Congresso Nacional adiar decisões importantes para a pauta econômica e também ruir o apoio à medida que considera imprescindível para salvar a economia em 2024, a chamada MP das subvenções.

O palavrão, subvenção, esconde um conceito simples: a proposta proíbe governadores de darem descontos em impostos locais, sacrificando não a própria receita, mas a do governo federal. A clássica “bondade com o chapéu alheio”.

Haddad convenceu Lula de que era importante voltar à Brasília. Desde o início do governo o ministro da Fazenda enfrenta certa resistência de alas do PT e do próprio Planalto, que têm atirado nos bastidores contra suas ideias. Diante disso, se viu forçado a tornar-se fiador, articulador e negociador direto da própria pauta com o Congresso.

O ministro deixou Berlim no avião de Lula, com destino ao Rio, onde hoje começa a reunião do Mercosul. A aeronave chegou na noite da última terça (5). Às 2h15 da madrugada de quarta (6), Haddad pegou um voo para Brasília. Desceu na capital federal às 4h30 da manhã. Amanheceu na Fazenda às 8h30. Marcou reuniões com Arthur Lira, Rodrigo Pacheco, deputados e senadores.

A MP das subvenções está para 2024 assim como a PEC da transição esteve para 2023: é imprescindível”, diz um aliado do ministro. “Ele, até agora, levou 100% (aprovou todos os projetos que propôs). Mas isso, sem a MP, não segura o plano para o ano que vem.

 

Haddad têm negociado mudanças no texto, para torná-lo mais palatável, mas tenta manter a coluna vertebral da proposta. Se aprovada como pensada pela Fazenda, a MP renderá cerca de R$ 35 bilhões ao caixa do governo federal. É o maior volume em ganhos previsto nas medidas submetidas ao Parlamento.

O principal obstáculo, mais uma vez, está na própria base do governo, em especial no Senado. “Não vamos entregar de jeito nenhum. Vai ter taxação de fundos exclusivos, das apostas esportivas, mas a subvenção não passa”, diz um senador do PSD.

 

Para o ministro, porém, a votação tem ares de tudo ou nada. O plano de Haddad, que mira a posição de âncora de investimento e da saúde financeira do governo Lula 3, portanto, entra nestas próximas duas semanas em módulo de “all in” (termo em inglês usado por jogadores de poker para dizer que irão apostar todas as fichas em um único jogo). (g1)

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