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Relatora da CPMI do 8 de Janeiro quer convocar coronel Jean Lawand por sugerir golpe de Estado

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro mira a convocação do coronel do Exército Jean Lawand Junior após divulgação de conversa em que ele sugere um golpe de Estado. A relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), entrou com um pedido de convocação do militar. O texto ainda precisa ser votado pelo colegiado.

 

Um áudio encontrado no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), revelou conversas com Lawand Junior — então gerente de ordens do Alto-Comando do Exército — em que ele incentiva a realização de um golpe. Lawand disse a Cid que Bolsonaro precisava “dar a ordem” para que os militares pudessem agir.

 

“Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara”, afirmou Lawand Junior em um áudio a Cid em 1° de dezembro de 2022.

 

Na justificativa do requerimento para convocar Lawand, a senadora Eliziane sustenta que “os fatos preparatórios dos atos do dia 8 de janeiro de 2023 merecem atenção especial durante o processo de investigação”.

 

O plano de trabalho da parlamentar, aprovado pela CPMI, tem como foco apurar fatos que antecederam a invasão dos prédios públicos, como os bloqueios a rodovias em protesto contra o resultado das eleições, a formação dos acampamentos em frente a quartéis-generais do Exército, a tentativa de invadir a sede da Polícia Federal em 12 de dezembro de 2022 e o planejamento da explosão de uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília às vésperas do Natal do ano passado.

 

“A oitiva do militar, subchefe do Estado-Maior do Exército no governo anterior e atual adjunto do adido do Exército junto à representação diplomática do Brasil nos Estados Unidos, nos parece fundamental para a investigação desta comissão de inquérito”, diz a relatora no pedido.

 

Mauro Cid

 

Diferentemente da de Lawand, a convocação de Mauro Cid já foi aprovada pelo colegiado em 13 de junho. Com isso, ele é obrigado a comparecer para depor aos parlamentares. No entanto, a defesa do ex-ajudante de ordens solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus em que pede a anulação dessa obrigatoriedade.

Caso a Corte não conceda a dispensa, a defesa pede que seja assegurado a Cid o direito ao silêncio, ou seja, de não responder às perguntas que forem direcionadas a ele, além do direito de não ser submetido ao compromisso de dizer a verdade e de não sofrer constrangimentos físicos, morais e psicológicos decorrentes do exercício dos direitos anteriores.

 

O militar está preso desde 3 de maio, após uma operação da PF que investiga um suposto esquema de fraudes em cartões de vacinação contra a Covid-19, a qual envolve dados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

R7

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