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AÇÃO POLICIAL

Suspeito por chacina com cinco mortos em Camaçari é preso, diz polícia

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Um homem foi preso suspeito de fazer parte da chacina que deixou cinco mortos na Estrada da Cascalheira, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, segundo informações da 18ª Delegacia, que investiga o caso.

Foto: Mauro Akin Nassor/ Correio

Foto: Mauro Akin Nassor/ Correio

“O suspeito será apresentado na segunda-feira”, diz a delegada Maria Thereza. A delegada prefere não antecipar detalhes sobre a prisão do suspeito. Segundo ela, existem outros suspeitos sendo investigados, mas para não comprometer a investigação os nomes não foram divulgados.

Bandidos matam cinco, entre eles garoto de 12 anos, e poupam bebês
A porta entreaberta deixava à mostra parte do corpo de Alice no chão. Mas dentro da pequena casa de um quarto e sala havia mais quatro pessoas mortas, todas com marcas de tiros, entre elas um garoto de 12 anos. Era o saldo de uma chacina realizada na madrugada de ontem, na Estrada das Cascalheiras, zona rural de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador.

A primeira a ver a cena após o crime foi a cunhada de uma das vítimas. Além dos cinco corpos, ela encontrou na casa dois bebês, que foram poupados pelos criminosos.

As vítimas são o proprietário da casa, o carregador Gilvan Santos Santana, 29 anos, a mulher dele, Alice Rosas Santos, 18, o ajudante de pedreiro Ademilton de Jesus Assunção, 20, a companheira dele, Elaine Barros de Menezes, de  32 anos, e o garoto Antônio César Filho, 12.

Foram poupados o pequeno Samuel, de 9 meses, filho de Gilvan e Alice,  e Nicolas Adriano, de 1 ano, fruto da relação entre Ademilton e Elaine.

Ação
A chacina aconteceu por volta de 1h30 no Parque Serra Verde, bairro de Camaçari, em um localidade conhecida como Tia Bia. Dormiam na sala Ademilton, a mulher dele, Elaine, o pequeno Nicolas e o adolescente. O casal dormia numa cama com o bebê e o garoto estava deitado no colchonete posto no chão. No único quarto da casa estavam Gilvan, Alice e o filho deles.

De acordo com a assessoria da Polícia Civil, quatro homens passaram mais cedo próximo à casa, em um carro vermelho, à procura de um traficante. Mais tarde, voltaram ao local, mas o rapaz tinha ido embora do imóvel. Então, promoveram a matança como forma de  vingança.

Um parente de Gilvan, que pediu para não ser identificado, contou que, segundo vizinhos,  os assassinos bateram na porta. “Pediam para abrir. Falavam que era policiais. Alice abriu a porta e foi a primeira a morrer”, contou.

Uma cunhada de Gilvan, que mora próximo, ouviu vários tiros e alguns minutos depois ouviu um silêncio. “Foi aí que ela saiu para ver o que tinha acontecido e encontrou a porta escancarada. Quando entrou, viu que todo mundo estava morto, menos os bebês, que ela retirou dali e depois chamou a polícia”, contou.

A mãe do garoto Antônio César disse que, por volta das 20h, o filho ligou para ela, dizendo que havia quatro pessoas em um carro vermelho rondando perto da casa.

“Pedi para ele vir para casa, mas ele não quis. Ele tinha o hábito de dormir na casa dos amigos quando ficava tarde para voltar para casa”, declarou a mulher, que pediu para não ter o nome revelado.

Ontem pela manhã, a polícia encontrou a casa toda revirada. “Por enquanto, estamos colhendo informações de cada uma das vítimas. A motivação, materialidade e autoria estamos apurando”, disse a delegada Maria Tereza,  responsável pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da RMS, logo após a perícia na casa.

(No fim da tarde, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) divulgou, em seu site, o nome de Elmo Borges dos Santos, em vez de Ademilton de Jesus Assunção. A assessoria da Polícia Civil, porém, não soube confirmar qual dos dois era a vítima. O nome de Ademilton havia sido informado pela família, no local do crime.)

Perfil
Um parente de Gilvan disse que a vítima trabalhava viajando. “Ele era carregador de uma empresa de transporte e frequentemente ia para o Espírito Santo”.

Segundo ele, Alice, Ademilton, Elaine e o garoto eram usuários de drogas. “Gilvan passava até oito dias fora da Bahia. Eles aproveitavam a ausência dele para fumar pedra e maconha na porta da casa. A mãe dele dizia que ela não prestava, que tinha que deixá-la, mas Gilvan estava apaixonado”, disse o parente.

Gilvan estava com a mulher há cerca de três anos, mas viviam brigando. “Ela traía ele direto. Passava dias fora de casa. Deus lá sabe o que estava fazendo! Ele (Gilvan) sabia das traições, mas mesmo assim a perdoava”, declarou.

A mãe de Ademilton, Adenildes Santana, 48, precisou ser amparada quando o corpo do filho foi retirado do imóvel pelo DPT. “Tomei um susto quando me falaram que mataram meu filho”, declarou. Segundo ela, o ajudante de pedreiro, a mulher e o neto estavam havia 15 dias na casa de Gilvan porque a residência deles está em reforma. Questionada se o filho tinha envolvimento com a criminalidade, ela respondeu que não. “Não tinha passagem e não usava drogas!”, afirmou.

No fim da tarde, a assessoria da Polícia Civil informou que todos os envolvidos tinham envolvimento com o tráfico, inclusive o garoto de  12 anos, e que uma das mulheres assassinadas tinha marca de perfurações de faca, o que sugere que ela pode ter sido torturada.

Ainda de acordo com a assessoria, a Polícia Civil já sabe quem foram os autores do crime  e também o traficante que era procurado pelos assassinos, mas não iria divulgar os nomes para não atrapalhar na captura dos criminosos.

Até a tarde de ontem, os corpos seguiam no Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues (IML). Os parentes não souberam informaram quando os enterros seriam realizados. (Correio da Bahia)

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