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Baianas planejam ‘um dia sem acarajé’ por tabuleiros na areia
Decisão da Justiça impede que alimentos sejam preparados na areia.
Representante diz que teme ‘subida’ para o calçadão em Salvador.
As baianas que atuam em Salvador planejam realizar “um dia sem acarajé” na cidade como forma de protesto diante de uma determinação federal que proíbe o preparo do quitute nas areias da praia. Na decisão, de 2010, a Justiça Federal determinou a derrubada das barracas de praia, que já foi realizada, e proibiu o preparo de alimentos na areia. No caso das baianas, a alegação é que dendê em contato com solo polui o meio ambiente. A Prefeitura de Salvador informou que vai seguir a recomendação da Justiça.
A decisão de protestar suspendendo a comercialização dos quitutes foi tomada em reunião realizada entre as baianas na manhã desta segunda-feira (14), segundo informou ao G1 Rita Santos, presidente da Associação das Baianas de Acarajé de Salvador. “Vamos fazer uma próxima reunião para acertar os detalhes do dia que esse protesto será feito”, afirma.
A presidente da Associação diz ainda que uma “carta aberta à população” será distribuída para explicar a preocupação das trabalhadoras com a saída da areia da praia. A decisão é do juiz Carlos D’ávila. Ele decidiu não comentar o assunto. A Abam informa que, com a mudança, as baianas deveriam trabalhar nas calçadas e não na areia da praia, como acontece atualmente.
“No mesmo documento, o juiz diz que tem derrubar as barracas de praia e nesse mesmo documento impede fazer comidas na areia. Isso nos inclui e nos prejudica”, detalha. De acordo com Rita, a estimativa é de que hoje existam em torno de 500 baianas de acarajé em toda a faixa de praia de Salvador: de São Tomé de Paripe, no Subúrbio, até Ipitanga, no limite com Lauro de Freitas.
“Em 2010, uma pesquisa que participamos mostrou que era em torno de 350 baianas nas praias. Sendo que nessa pesquisa não estava contemplado o lado do subúrbio. Só foi da Ribeira até Ipitanga”, relata a presidente da Abam, que tem atualmente, 2.900 baianas associadas, em atividade por toda a cidade de Salvador.
“As baianas que trabalham nas praias estão desesperadas porque sobrevivem desse dinheiro. A nossa orla não tem calçada. Tem outros comerciantes de alimentação que terão que ir para as calçadas. Vai dar pra colocar todo esse povo nas calçadas?”, indaga a baiana. (G1)
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