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Michelle Bachelet vence as eleições e volta à presidência do Chile
Ex-presidente teve pouco mais de 62% dos votos no segundo turno.
Bachelet derrotou candidata governista com maior votação desde 1989.
Michelle Bachelet, de 62 anos, venceu as eleições presidenciais do Chile neste domingo (15) e voltará à presidência do país no ano que vem. Representante da coligação de oposição Nova Maioria, ela teve 62,2% dos votos, a maior votação recebida por um candidato à presidência desde que o Chile retornou às eleições democráticas, em 1989.
Com a vitória, Bachelet se torna a primeira presidente eleita pela segunda vez em mais de 60 anos no país – após ter sido a primeira mulher presidente do Chile, entre 2006 e 2010. As eleições tiveram cerca de 5,6 milhões de votos, com menos de 50% dos eleitores comparecendo às urnas, segundo o serviço eleitoral chileno.
Em conversa telefônica com o atual presidente do país, Sebastián Piñera, Bachelet disse que, a partir de março, será a “presidente de todos os chilenos”.
“Obrigada por fazerem com que essa cidadã igual a vocês seja hoje presidente”, afirmou em discurso público após o anúncio do resultado.
A candidata governista Evelyn Matthei, que ficou com 37,8% dos votos, reconheceu a derrota quando havia cerca de 70% das urnas apuradas, segundo a imprensa local. “Está claro, ela ganhou e a parabenizo”, disse Evelyn, que em seguida visitou Bachelet para cumprimentá-la.
A eleição de Bachelet marca o retorno da esquerda à presidência do Chile, após quatro anos do governo de centro-direita de Sebastián Piñera, aliado de Matthei. A líder socialista encontra um país diferente do que assumiu em 2006, à frente da Concertação, coalizão de esquerda que governou o Chile por duas décadas.
As eleições presidenciais do país foram encerradas às 18h locais (19h em Brasília), com os centros de votação fechados e os votos começando a ser apurados.
No primeiro turno, Bachelet teve 46,7% dos votos e a direitista Evelyn Matthei alcançou 25,01% da preferência do eleitorado.
Baixa adesão
O segundo turno das eleições presidenciais no Chile foi marcado por baixa adesão – a ponto de os mesários terem sido fotografados lendo jornal e até dormindo – e por incidentes como falta de cédulas em uma mesa de votação e uma chamada de atenção ao atual presidente por ter fechado mal sua cédula.
Piñera precisou voltar à cabine de votação, a pedido dos mesários, para dobrar e fechar corretamente sua cédula. Segundo a agência EFE, depois, o governante saiu sem levar embora a própria carteira de identidade, o que provocou vários comentários nas redes sociais.
Além dos funcionários que descansaram nas mesas, houve um grupo que decidiu fechar o local de votação na hora do almoço. De acordo com a agência EFE, na cidade de Puerto Montt, cerca de mil quilômetros ao sul de Santiago, uma mesa foi fechada durante uma hora para a refeição, o que é proibido pela lesgislação eleitoral.
Na Ilha Robinson Crusoé, localizada no arquipélago Juan Fernández, no Pacífico, os mesários não encontraram as cédulas de votação, disse a impresa local. No momento de abrir a caixa para instalar a mesa, eles se deram conta de que não havia o material básico para a realização do processo eleitoral.
Por conta da ausência de cédulas, dois eleitores tiveram que voltar para casa, segundo a EFE. As 350 cédulas que nunca chegaram à ilha foram repostas por outras, emprestadas de outra ilha. (G1)
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