DE OLHO NO ESPORTE
Copa na Bahia vai arrecadar metade do registrado no último Carnaval
A previsão é que 300 mil turistas passem pela capital baiana, deixando por aqui R$ 543 milhões; no Carnaval, 550 mil deixaram R$ 1 bilhão em Salvador.
O sonho dos baianos nesta Copa – além de ver a Seleção ser hexacampeã, claro – é ganhar algo a mais financeiramente. Mas as estimativas divulgadas pelo governo mostram que Salvador pode até ganhar com a Copa, mas não será de goleada.
Em comparação ao Carnaval deste ano, quando 550 mil deixaram R$ 1 bilhão em Salvador, a previsão do Ministério do Turismo para o período da Copa, entre 12 de junho e 13 de julho, é que 300 mil turistas passem pela capital baiana, deixando por aqui R$ 543 milhões – pouco mais que a metade do registrado no Carnaval. Além disso, Salvador, apesar de sediar jogos importantes na fase de classificação, como Espanha x Holanda e Alemanha x Portugal, fica em sexto lugar no ranking das cidades-sede que mais receberão turistas de fora do país: em torno de 48 mil.
Da gringa
Os estrangeiros que vierem exclusivamente para a Copa devem gastar, em média, R$ 5.500, quase o dobro do previsto pelo Ministério do Turismo para os que vierem só a passeio, R$ 2.800.
O perfil do torcedor que virá ao Brasil foi traçado a partir dos dados da última Copa, na África do Sul. A maioria é de homens, entre 25 e 34 anos, solteiros, com ensino superior e renda familiar acima de R$ 20 mil (veja ilustração).
Já os brasileiros que compraram ingresso para os jogos devem gastar cerca de
R$ 1.500, 300 a mais do que os que estão apenas aproveitando os feriados da Copa.
Expectativa
Em todo o Brasil, os 3,7 milhões de turistas devem injetar quase R$ 6,7 bilhões na economia durante a Copa. O ministro do Turismo, Vinicius Lage, ressalta que os valores projetados não incluem gastos indiretos, o que pode dobrar a movimentação financeira no país.
Enquanto a Setur-BA comemora 100% de ocupação da rede hoteleira na primeira semana, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Bahia (Abrasel-BA) afirma que o setor espera um movimento abaixo do que se imaginava.
“Os investimentos de bares e restaurantes foram feitos para a Copa das Confederações, e desde lá pouca coisa mudou”, disse Luiz Henrique do Amaral, presidente da entidade. Ele acredita que as manifestações também podem colocar panos frios nos lucros.
Confusão
Os diferentes dados divulgados por órgãos do governo podem confundir quem quer saber quanto de água deve colocar no feijão para conseguir atender todos os turistas.
Para o Ministério do Turismo (governo federal) serão 48 mil estrangeiros. A Setur (governo do estado) fala em 91 mil. Já o Ministério dos Esportes (também governo federal) trabalha com 170 mil. O mesmo acontece com os gastos.
Quando o assunto é Bahia, o Ministério do Turismo fala em R$ 543 milhões. A Setur, R$ 800 milhões. Se mudarmos para Brasil, a estimativa do ministério é de R$ 6,7 milhões de movimentação financeira, quase quatro vezes menor que o da Embratur: R$ 25 bilhões. (Correio da Bahia)
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