AÇÃO POLICIAL
Família não acredita que Thayná verena se jogou do carro
A família de Thayná Verena, adolescente que faleceu em Ilhéus na madrugada do último sábado (18), nos procurou, pois não acredita que ela se jogou do carro dirigido por seu namorado, Rodrigo Lavigne, 21 anos.
Segundo Thatiana Carneiro e Luana Mendes, tias de Thayná, Rodrigo disse em depoimento à Polícia Civil que a namorada queria sentar na janela do automóvel, mas ele a repreendeu. Depois ela falou que iria se jogar e se jogou do carro em movimento, na Avenida Soares Lopes. A versão do rapaz foi corroborada por seu amigo, Matheus Nascimento, que também estava no veículo.
De acordo com Thatiana e Luana, Rodrigo chegou a ser preso em flagrante por dirigir alcoolizado, mas, pagou fiança e foi solto.
A avó de Thayná, Marilene Carneiro, 67 anos, entrou na sala onde ouvíamos Thatiana e Luana. Muito emocionada, queria falar ao blog que sua neta não tinha motivo algum para atentar contra a própria vida. “Era uma menina muito feliz. Antes de sair [na noite de sábado], me mostrou o novo passinho [de funk] que aprendeu. Ia começar o curso de direito com apenas dezesseis anos”, disse antes de sair para buscar o comprovante da matrícula na Faculdade de Ilhéus.
Foi Marilene quem recebeu o pai de Rodrigo, Trajano Lavigne, na manhã de sábado. Segundo Thatiana, às 7h30min, ele disse a sua mãe que Thayná havia sofrido um acidente, mas estava viva. “Só falou que ela estava morta depois”.
As tias de Thayná reconheceram seu corpo no Departamento de Polícia Técnica de Ilhéus. Segundo elas, o único ferimento que viram estava na parte de trás da cabeça.
Luana estranhou que os membros da adolescente não tinham escoriações. Para a tia, alguém que cai de um carro em movimento sobre o asfalto normalmente “fica com ferimentos nos braços e nas pernas. Ela estava apenas com um short e uma blusa e não tinha um arranhão, além do corte profundo da cabeça”.
Thatiana e Luana também não entenderam por qual motivo Rodrigo e Matheus não pediram ajuda ao SAMU. Segundo elas, todo mundo sabe que esse é o procedimento correto. Além disso, “não tinha nenhuma marca de sangue na pista”, afirmou Luana.
A família quer acesso às imagens das câmeras de segurança do prédio onde Thayná e Rodrigo estavam com amigos naquela madrugada.
Iasmin Guimarães, prima de Thayná, escreveu no Facebook que os jovens estavam no apartamento do ortopedista João Quintela. Segundo ela, o médico “pediu a enfermeira [do Hospital Luiz Viana Filho] que dissesse que ela [Thayná] chegou viva, foi entubada e não resistiu”. No entanto, afirma Iasmin, “a enfermeira foi chamada pra depor e desmentiu a história, confirmando que ela já chegou morta”.
A prima de Thayná também afirmou que “houve uma tentativa de apagar as gravações do prédio, o que já traz mais suspeitas. Entretanto, já foi feito o pedido das gravações pelo delegado tanto do prédio que ela estava, quanto os outros próximos.” A Polícia Civil investiga o caso.
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