Bailarina de Piracicaba protagonizará montagem do Cisne Negro na Rússia

Monike de Souza, de 22 anos, integra a Cia. Jovem do Bolshoi no Brasil.
Convite veio de diretor russo que procurava bailarina negra para o papel.

Cisne Negro na Rússia terá bailarina de Piracicaba como protagonista (Foto: Alvar Fañez/Acervo pessoal)

Bolshoi no Brasil, em Joinville (SC), será protagonista de uma montagem do espetáculo Cisne Negro na Rússia, em novembro. Pela dança, a piracicabana de 22 anos já conheceu três países – Estados Unidos, Alemanha e Paraguai – e deve visitar mais dois até o final do ano.

O convite partiu do diretor russo Ruslan Nurtdinov, que “veio ao Brasil em busca do cisne negro dele”, de acordo com Monike. “Quando me viu, ele me disse que era exatamente o que procurava. Ele dirige anualmente esse espetáculo e a última protagonista a viver o cisne negro foi uma africana”, disse. O diretor monta todos os anos um grupo diferente para realizar a Turnê Black Swan na Rússia.

Segundo Monike, o público russo adora ver brasileiros dançando balé. “O brasileiro tem um jeito próprio, diferente de outros bailarinos. Quando me conheceu, Ruslan disse que é raro mulheres negras terem o corpo ideal para balé clássico e me convidou na hora”, contou.

Trajetória
A bailarina piracicabana dança desde os 6 anos. “Minha mãe me levou para ver um espetáculo e achou que eu ia me interessar pelo sapateado por causa do barulho dos sapatos, mas me encantei mesmo com o balé clássico”, explicou Monike, que aos 15 já participava de espetáculos em São Paulo.

Antes de ir para o Bolshoi em Joinville, Monike dançava em uma companhia no interior do Rio de Janeiro, onde foi vista por um coreógrafo da companhia do sul que filmou o ensaio e mostrou para o diretor do Bolshoi Brasil. “Fui chamada para uma audição e gostaram do meu trabalho.”

Oportunidade
A Companhia Jovem do Teatro Bolshoi no Brasil foi criada para colher os frutos dos talentos que surgiam na escola, que é a única do Bolshoi fora da Rússia. Para Monike, foi uma grande conquista conseguir fazer parte da companhia mesmo sem ter estudado lá. “Estou muito feliz e realizada”, completou Monike. (G1)