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Compadre Washington fala do sucesso de seu novo bordão e do grupo É o Tchan

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Com a mesma essência e irreverência, eis que uma singela participação numa propaganda fez com que, mais uma vez, ele colhesse os frutos da própria criatividade.

(Foto: Reprodução)

(Foto: Reprodução)

De primeira, o nome Washington Luiz Silva Santos pode não te dizer muita coisa. Sendo assim, vale dizer que você não sabe de nada, inocente.  Estamos falando de Compadre Washington, sucesso nacional nos anos 90 como “vice-cantor” do É o Tchan, como o próprio se define.
Agora, aos 52 anos, ele voltou a ser assunto na mídia e nas redes sociais graças ao que ele sabe fazer de melhor: bordões sugestivos. Intervenções suas como ‘tchu tchu tchu pá’, ‘ordinááária’ e ‘que abundância!’ se tornaram  marca registrada do É o Tchan.

Compadre Washington integra o grupo desde a formação original, ao lado de Beto Jamaica – com os dançarinos Carla Perez, Débora Brasil e Jacaré – e acompanhou todo aquele troca-troca de integrantes, sobretudo de beldades como Sheila Mello e Sheila Carvalho.

Mas, segura o tchan aí, que o que interessa é como Compadre passou de segunda voz de uma nostálgica banda de pagode para um personagem pop, com direito a muitas versões de memes no Facebook. A resposta está nele mesmo. Com a mesma essência e irreverência, eis que uma singela participação numa propaganda fez com que, mais uma vez, ele colhesse os frutos da própria criatividade.

BOM NEGÓCIO
O site de classificados Bom Negócio (www.
bomnegocio.com) convidou algumas figuras caricatas para ilustrar a facilidade da venda de algo inútil que as pessoas têm em casa. Entre os famosos estão o comediante Paulo Gustavo, a socialite Narcisa Tamborindeguy, o cantor Supla e, claro, o ordinário baiano.

Sua participação foi definida depois de uma pesquisa interna na empresa, na qual os funcionários votaram em quem queriam ver na propaganda. Com orgulho, ele diz: “Mais de 90% das pessoas votaram em mim. Acho que me escolheram porque eu sou povão”.

Apesar da espontaneidade para criar essas pérolas, o “Sabe de nada, inocente” não chegou logo de primeira durante a gravação. “Eu estava no estúdio desde 8h da manhã. Eles falaram para eu ir falando meus bordões conhecidos e inventar uns na hora. No final do dia, eu já estava bem cansado e com fome aí soltei sabe de nada inocente, eu tô é com fome. Acharam legal e eu repeti”, conta o artista, que não esperava a repercussão.

Como já foi dito, essas frases engraçadas não surgiram propositalmente. Washington usou a mente fértil ao seu favor, já que ela disfarça uma deficiência assumida: “Eu acabava esquecendo muito as letras das músicas. Quando isso acontecia, eu lançava logo alguma frase para não deixar passar batido, aí saia esses bordões”. Provavelmente, nenhum fã, entre a Boquinha da Garrafa e a Dança do Bumbum, percebia a falha.

Criatividade
Há quem diga que sua participação na banda era inútil, mas, verdade seja dita, Washington é a cara do grupo e talvez fosse ele mesmo quem “segurava o tchan”.

O sumiço durante um tempo transformou o É o Tchan em boa memória de muitos jovens adultos que, direta ou indiretamente, participaram do fenômeno. Nos tempos áureos, a banda era figurinha certa em programas televisivos como Domingão do Faustão, Raul Gil e Domingo Legal, de Gugu Liberato.

Há dez anos, Compadre resolveu parar um pouco de cantar e fazer o que mais gosta: aproveitar a vida. “Fiquei só curtindo e Beto continuou com outros projetos dele, como Beto e os Irmãos Jamaica. Parei porque não adianta trabalhar tanto e não poder curtir”, diz o cantor, que nunca abriu mão das cervejinhas no Pelourinho e das badalações noturnas em Salvador.

Mesmo com a fama merecida de bon vivant, não achem que o pagodeiro não gosta de dar duro. Com apenas 13 anos, Washington começou a trabalhar como vendedor ambulante para complementar a renda da família, que vivia na Baixa do Sapateiro, bairro onde cresceu. “Eu vendia desde sapatos e jogos até salgadinhos e brinquedos”, lembra o artista, que compartilhou a realidade de muitos brasileiros antes da fama.

Mulherengo
Entre todas as características que compõem o personagem, a de pegador é a que ele mais gosta. Gosta não. Gosta Muitcho! Não é a toa que tem 10 filhos com seis mulheres, sendo que casou apenas com duas. As outras foram relacionamentos rápidos. “São cinco meninas e cinco meninos. Tenho uma ótima relação com todos eles. Adoro fazer filho”, brinca.

Muitos podem até achar o comportamento do artista machista. Mas na hora de opinar sobre a recente pesquisa que mostra o pensamento dos homens em relação ao uso de roupas curtas das mulheres, Compadre fala seriamente, mas não perde o humor: “Vivemos num país livre. Se for assim a mulher não pode nem mais ir à praia. Tem que se mostrar bonita mesmo. Colocar sainha, decote. Não vejo problema nenhum nisso”.

Sobre as polêmicas de ter se relacionado com as dançarinas do Tchan, ele é categórico: “Isso tem muito tempo. O que aconteceu ficou pra trás e não precisa dar nome aos bois”.

Ator?
Em 2011, Compadre  participou da quarta edição do reality show A Fazenda, da TV Record. Lá, ganhou a fama de dorminhoco. Ao sair, foi chamado por Tom Cavalcante para participar do Show do Tom, no quadro O Curral, que fazia paródia do reality.

Como se não bastasse, foi convidado também pelo canal do YouTube Porta dos Fundos, para interpretar a si mesmo. “Sinceramente, eu não conhecia eles, mas minha filha adora e me mostrou o canal. De cara eu topei e foi um sucesso”, conta Compadre, completando: “Eu não me vejo como ator, mas se o papel for a minha cara e for uma coisa simples, eu faço sim, porque não?”.

Bom, se o rei dos bordões resolver virar ator, não importa. O que importa é que O Tchan do Brasil voltou! no no passado, com novas dançarinas: Joice, a morena, e Elisângela, a loira.
A banda gravou um DVD ao vivo em Porto Seguro comemorando os 20 anos de carreira. No repertório de 18 faixas, os fãs relembram 12 hits regravados, como Paquerei, Melô do Tchan, e Dança do Bumbum e seis inéditas, como De Ladinho, Faz Tchan, Na Ondinha e Macarengode.

À propósito, o bordão do ano Sabe de Nada, Inocente’ já virou a nova música de trabalho do grupo. Claro que, para quem ainda não tinha entendido a mensagem, a música remete ao marido que recebe corno da esposa e, coitadinho, não sabe de nada…. (Correio da Bahia)

 

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