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Professores lutam para que ensino conquiste alunos em áreas de risco

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Profissionais confessam medo, mas não desanimam com os novos desafios. Mesmo com pobreza e vulnerabilidade, sonhos dos estudantes não mudam.

No Dia dos Professores, G1 lembra daqueles que se arriscam pelo ensino (Foto: Egi Santana/G1)

No Dia dos Professores, G1 lembra daqueles que se arriscam pelo ensino (Foto: Egi Santana/G1)

Professores que atuam em áreas vulneráveis à violência encaram o desafio diário de tentar apresentar a estudantes, cada vez mais acostumados com a presença do tráfico de drogas e suas possíveis consequências, a importância da matemática, do português, das ciências ou da filosofia para a construção de um futuro.

Ensinar o “bê-á-bá”, contornar conflitos, apartar brigas, sofrer agressões e saber lidar com tudo isso, pedagogicamente, dentro do ambiente escolar, são habilidades necessárias. Em Salvador, o G1 ouviu muitos relatos desses profissionais e mostra a importância deles no resgate da cidadania, nesta data em que se comemora o Dia do Professor. A maioria deles não quis se identificar na reportagem.

“Acredito que somos essenciais para mostrar a essas crianças que existe outro mundo além do bairro, que é possível sonhar e ser diferente, que a violência é ruim e destrutiva”, diz a professora de uma escola no bairro de Tancredo Neves, segunda região com maior número de crimes violentos letais intencionais até o mês de setembro deste ano – foram 157 ocorrências, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia. “O bairro é violento e a vivência dessas crianças não é fácil. Para elas, é normal correr de tiroteios ou ver pessoas mortas de forma violenta. Nesse contexto social, algumas crianças acreditam que devem resolver qualquer problema desse modo”, afirma.

Aos 42 anos, Aretusa Santos ensina na 5ª série da Escola Municipal Vivaldo da Costa Lima, no Pelourinho, Centro Histórico, localidade beirada por invasões e zonas de consumo de crack, de acordo com ela. Em sua opinião, o aluno age dentro da escola como na vida. “E não tem outra vida que não seja a violência. É como se fosse o desabafo. Aquele professor que não detecta isso, acontece o caos. Os pais batem muito, alguns não têm pai. O que falta é muito amor. Aqui, a situação extrema foi um aluno que deu um tapa em uma professora. Agressão verbal é o caso mais comum”, relata.

As secretarias municipal e estadual de Educação dizem que não há um canal institucional para que professores possam informar algum caso concreto ou pedir orientação. Salvador tem seis mil profissionais municipais, que recebem a partir de R$ 1.567,53 em regime de 40 horas. A rede estadual abriga 41 mil – desse total, o número em atuação na capital passa por atualização e não foi informado. Para a mesma carga horária, em grau 1, o vencimento é de 2.304,68. (G1 Bahia)

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