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Promotoria vê indícios para condenar Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo
A promotora Sílvia Inês Jappe, responsável pelo caso do menino Bernardo Boldrini, morto aos 11 anos em Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, em abril de 2014.
Ela afirmou ao jornal Globo que há “indícios suficientes” para condenar o pai do menino por homicídio quadruplamente qualificado. O Ministério Público (MP) atua para que o julgamento dos quatro réus ocorra ainda neste ano.
Segundo a promotora, o médico Leandro Boldrini tem contra si pelo menos quatro agravantes: ter planejado a morte do filho, a vítima ser menor de 14 anos, a participação na ocultação do cadáver e a falsidade ideológica, já que Boldrini foi à polícia registrar o desaparecimento do filho dois dias após o assassinato. A morte de Bernardo completou um ano no último sábado (4).
O garoto, que vivia com o pai e a madrasta Graciele Ugulini na cidade de Três Passos, noroeste do estado, foi morto no dia 4 de abril supostamente por uma superdosagem de anestésico.
O corpo do menino foi encontrado dez dias depois em uma cova comum, em estado de decomposição devido à utilização de soda cáustica. Leandro e Graciele são acusados de serem os autores do homicídio. Uma amiga da madrasta, Edelvânia Wirganovicz, e o irmão dela, Evandro, são apontados como cúmplices.
De acordo com a promotora, o MP pedirá uma pena “mais severa” para o pai. “Para a promotoria não há nenhuma dúvida de que Leandro Boldrini foi autor intelectual e mandante do crime, tendo realizado, inclusive, a divisão de tarefas entre o grupo. Os indícios e provas colhidas até agora no processo são suficientes para uma condenação”, disse Sílvia Inês Jappe.
A promotora não descartou a possibilidade de que o pai receba pena superior a 30 anos de prisão devido aos agravantes. Graciele, acusada de aplicar a dosagem fatal em Bernardo, e Edelvânia, apontada como coautora do homicídio, devem ter penas menores, mas mesmo assim superiores a 20 anos. Outros casos semelhantes ocorridos no país resultaram em penas sempre superiores a 30 anos.
O processo, de 6,6 mil páginas e 32 volumes, está sendo instruído na Vara Judicial de Três Passos e a expectativa é que os quatro réus sejam interrogados ainda no primeiro semestre de 2015. No total, serão ouvidas 53 testemunhas de defesa e acusação. O último depoimento está marcado para o dia 11 de maio.
O juiz Marcos Luís Agostini, que cuida do caso, evita contatos com a imprensa, mas divulgou, por meio de sua assessoria, que deverá se pronunciar sobre o caso logo depois dos interrogatórios. A tendência é que Agostini se decida pelo júri popular. (Correio da Bahia)
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