ENSAIOS E ENTRETENIMENTO
Após desclassificação de música, veja outros ‘excluídos’ do Oscar
‘Alone yet not alone’ foi retirada da disputa por abuso de influência. Casos anteriores envolvem questões técnicas e até devolução de prêmio.
“Alone yet not alone”, retirada da disputa ao Oscar de melhor canção original deste ano na quarta-feira (29), foi a primeira desclassificação feita pela Academia de Artes e desclassificação de música, na história da premiação por motivos não técnicos. Ao longo dos anos, porém, outros candidatos perderam a chance de conquistar uma estatueta ao serem removidos da disputa, e um deles chegou até a perder um Oscar que já havia ganhado. Todos, porém, envolviam justificativas técnicas previstas nas normas da premiação.
A grande diferença deste ano é que a música foi desclassificada porque a Academia alega que houve quebra de ética. Um dos autores de “Alone yet not alone”, que faz parte da trilha sonora de um filme homônimo, Bruce Broughton teria usado sua posição como ex-chefe e atual membro do comitê executivo do departamento musical da Academia para influenciar os colegas e conseguir a indicação.
Nesta quinta, a própria Academia relembrou cinco casos de filmes que considera como desclassificados de disputas anteriores.
O primeiro episódio aconteceu em 1932, na quinta edição da premiação, quando o curta de comédia “Stout hearts and willing hands” foi substituído na disputa por “Scratch-as-catch-can”. Por causa da falta de registros, a Academia não soube informar o motivo da troca. Mas o novo indicado também não ganhou o prêmio, vencido por “The music box”.
Em 1969, o documentário “Young americans” chegou a receber a estatueta, na cerimônia realizada no dia 14 de abril. No dia 7 de maio, porém, o filme foi declarado inelegível ao ficar comprovado que ele havia sido exibido pela primeira vez em outubro de 1967, e que por isso não poderia disputar o prêmio de 1968. No dia seguinte, o Oscar mudou de dono e foi entregue aos produtores de “Journey into self”, que passou a constar nos registros oficiais como o vencedor daquele ano.
Em 1972, outro caso envolvendo trilhas sonoras gerou polêmica, mas foi resolvido antes da cerimônia de 1973. Nino Rota havia sido indicado por seu trabalho em “O poderoso chefão”, mas foi descoberto que parte do material havia sido usada anteriormente em outro filme, a comédia italiana “Fortunella”, de 1958. A Academia decidiu então fazer uma nova votação para a vaga, incluindo Rota e outros cinco concorrentes, e a trilha de “Sleuth” acabou ficando com a indicação. O vencedor naquele ano acabou sendo a trilha de “Luzes da ribalta”, um filme de Charlie Chaplin lançado originalmente em 1952, mas que foi indicado graças ao seu relançamento nos Estados Unidos 20 anos depois. Dois anos mais tarde, Rota seria premiado na mesma categoria pela trilha de “O poderoso chefão 2”.
O caso mais próximo ao deste ano aconteceu em 1993, quando um filme chegou a ser indicado, mas teve seu nome removido das cédulas de votação. A desclassificação, porém, aconteceu por uma questão técnica: apontado como candidato do Uruguai ao Oscar de melhor filme estrangeiro, “Um lugar no mundo” havia sido produzido integralmente na Argentina, o que invalidou sua inscrição.
O episódio mais recente envolveu o curta-metragem “Tuba atlantic”, de Hallvar Witzø, que só teve sua indicação rescindida quatro meses após a cerimônia de fevereiro de 2012. Isso aconteceu porque a Academia foi informada que o filme havia sido exibido pela TV norueguesa em 2010, o que o tornava inelegível. Nenhum prêmio precisou ser devolvido, no entanto, já que o curta havia perdido para “The shore”, de Terry George e Oorlagh George. (G1)
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