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Conta de luz continuará com bandeira vermelha 2, a mais cara
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (27) que a conta de luz seguirá em setembro com a bandeira tarifária vermelha patamar 2, a mais cara do sistema.
O sistema de bandeiras tarifárias é uma cobrança adicional aplicada às contas de luz quando o custo de produção de energia aumenta. O valor extra é reflexo da crise hídrica que afeta os reservatórios das usinas hidrelétricas. Para preservar água, o governo acionou as usinas termelétricas, que são mais caras e mais poluentes.
Atualmente, o valor da cobrança adicional está em R$ 9,49 por 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos. Segundo a colunista do G1 Ana Flor, a bandeira será reajustada na próxima semana e vai passar a custar R$ 14,20 por 100 kWh.
Diferentemente de meses anteriores, desta vez, a Aneel não incluiu o valor da bandeira tarifária no comunicado.
O valor da bandeira vermelha patamar 2 já tinha sido reajustado em 52% para o mês de julho, passando de R$ 6,24 por 100 kWh para os atuais R$ 9,49.
A Aneel abriu uma consulta pública para decidir se a taxa da bandeira continuaria em R$ 9,49 por 100 kWh ou se aumentaria para R$ 11,5 por cada 100 kWh, porém presidente Jair Bolsonaro e os ministros que fazem parte da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg) decidiram aumentar a cobrança adicional para um valor maior do que o previsto pela consulta pública, porém menor do que o desejado pela área técnica da Aneel.
Normalmente, os reajustes das bandeiras tarifárias são decididos somente pela diretoria colegiada da Aneel, em reunião pública, após consulta com a sociedade
Entenda as bandeiras tarifárias — Foto: Arte G1
Reservatórios
O Brasil vive a pior crise hídrica dos últimos 91 anos. A previsão é a de que os reservatórios das usinas hidrelétricas cheguem a novembro com apenas 10% da capacidade, volume menor do que o registrado na crise de 2001, quando o país passou por racionamento de energia.
Para piorar o cenário, em agosto choveu menos do que o esperado. Segundo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), se não houver oferta adicional a partir de setembro, não vai ser possível atender a demanda de energia em outubro e novembro e o país corre o risco de ter apagões.
Entre as medidas adotadas pelo governo, está o acionamento das usinas termelétricas e a importação de energia da Argentina e do Uruguai para tentar preservar água nos reservatórios até o início do período chuvoso, em novembro.
As ações, contudo, se mostraram insuficientes. Programas voluntários de redução de demanda serão lançados em setembro para consumidores residenciais, industriais e demais empresas. (G1)