GIRO DE NOTÍCIAS II
Encontro discute identidade e lutas da mulher quilombola
O empoderamento, a identidade e o combate ao racismo foram alguns dos temas que nortearam o debate do Encontro de Mulheres Quilombolas “Afirmando identidade, compartilhando lutas”, realizado na segunda-feira (31), pela Associação de Moradores da Comunidade Quilombola de Boitaraca, do município de Nilo Peçanha.
O secretário de Desenvolvimento Rural (SDR), Jerônimo Rodrigues, esteve presente no evento e ressaltou sua importância. “Esse debate demonstra a força destas comunidades quilombolas marcadas pela união de um povo que luta e se preocupa para buscar alternativas que possam contribuir para sua autonomia, preservação e respeito da sua identidade”.
Rodrigues também falou que a SDR desenvolve editais que dialogam com as demandas apresentadas pelos povos e comunidades tradicionais, a exemplo da oferta de assistência técnica e extensão rural (ATER), executada em parceria com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). “Nossa reflexão e preocupação é que se as mulheres não possuem autonomia financeira, elas não alcançaram autonomia política, temos a responsabilidade de junto com prefeituras e entidades propor caminhos para que as mulheres e, consequentemente, suas comunidades se tornem fortalecidas, alcance a emancipação”.
A presidente da Associação de Moradores do Quilombo de Boitaraca, Rosemaria Assunção, conta que a comunidade com 100 famílias, tem no cultivo da piaçava e no artesanato, seu principal modo sobrevivência. “O encontro mostra que estamos ativos e buscando caminho para fortalecer, por exemplo, nosso grupo de mulheres que lida com o artesanto. É uma oportunidade de nos reconhecermos, ainda mais, de avaliarmos e traçarmos meios para continuar na luta pelo fortalecimento e empoderamento da mulher quilombola”.
Presenças – O evento reuniu técnicos do Serviço Territorial de Apoio à Agricultura Familiar (SETAF) da região, representações de quilombolas dos Territórios de Identidade do Baixo Sul e Litoral Sul, entidades beneficiadas com chamadas públicas de Ater para povos e comunidades tradicionais, a exemplo da Unisol e da Tupinamba. Também estiveram presentes a Ouvidora Geral da Defensoria Pública da Bahia, Vilma Reis, a assessora da Secretaria de Políticas para Mulheres da Bahia (SPMBa), Sirene Assis, o coordenador do Conselho Interterritorial das Comunidades do Baixo Sul e Litoral Sul da Bahia, José Ramos de Freitas, estudantes de universidades estaduais e federais do Estado.
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