ENSAIOS E ENTRETENIMENTO
G1 jogou: Novo ‘UFC’ tem evolução gráfica, mas golpes não empolgam
A Electronic Arts disponibilizou na terça-feira (3) uma demonstração de “EA Sports UFC”, game de MMA (artes marciais mistas) que busca levar os combates travados dentro do octógono para o PlayStation 4 e o Xbox One.
O G1 testou a demo e fez algumas lutas no novo UFC, agora produzido pela EA. Se por um lado o jogo honra o poder gráfico dos videogames de nova geração e evolui enormemente nesse sentido, com personagens fiéis à aparência dos lutadores, por outro ele precisa de ajustes no impacto e no ritmo dos golpes, que não empolgam. Assista acima a um clipe da demo.
A primeira impressão é a que fica, e o resultado dos esforços da EA Sports com o novo motor gráfico “Ignite” impressiona. Os modelos virtuais de Jon Jones e Alexander Gustafsson, lutadores disponíveis na demonstração, são idênticos aos atletas e não só em termos de genética ou de tatuagens. Os músculos desses “gladiadores do terceiro milênio” se deformam com uma pancada e acompanham em tempo real os golpes, cujas animações são executadas de forma natural e em harmonia com os movimentos do resto do corpo.
A verossimilhança continua após os primeiros socos e chutes. Os lutadores reagem ao suor e ao sangue que começam a aparecer, levando as mãos ao rosto para enxugá-lo ou tentar avaliar a gravidade de um ferimento, por exemplo. E apesar de alguns esguichos lembrarem mais um filme de terror, o tablado manchado de vermelho e os machucados estão lá de forma convincente e são termômetro fundamental do clima visceral de alguns combates de MMA.
Mas mesmo com a parte gráfica na ponta dos cascos, “EA Sports UFC” parece não ter o mesma contundência – de golpes e de atmosfera – que seu predecessor “UFC Undisputed”, série produzida pela finada THQ.
As cotoveladas giratórias de Jones, técnica muito usada pelo campeão da categoria dos meio-pesados, são plásticas e violentas, mas parecem não causar dano algum dentro do jogo. Os chutes rodados, mortais no octógono real, batem como uma pena no rosto de Gustafsson. Com exceção de algumas derrubadas, os golpes não têm uma noção muito clara de força e impacto, de dano e perigo. E é essa sensação de impotência que prevalece ao longo da demo, que deixa a desejar. Nessa mesma linha, é possível encaixar sequências muito longas de golpes sem que os lutadores necessariamente se cansem, transformando os combates geralmente estratégicos de MMA em uma festa de socos e chutes que mais lembra jogos de luta como “Mortal Kombat” ou “Street Fighter”.
Em um dos duelos, o G1 presenciou uma situação que, apesar de parecer um “bug”, acaba sendo um sintoma do que deve ser exterminado pela Electronic Arts o mais rápido possível. Com as costas no chão, Gustafsson foi nocauteado por Jones antes mesmo de levar o soco derradeiro.Veja no vídeo abaixo.
É a falta de situações que fazem os fãs de UFC levantar do sofá que torna a demo de “EA Sports UFC” um pouco enfadonha. As lutas divertem quando niveladas por baixo, mas não tem nem de longe a mesma adrenalina dos games anteriores.
Até a torcida em torno do octógono, parte integral da experiência com o evento, é passiva demais e não se empolga nem mesmo com um nocaute fulminante. Em uma das vezes, tamanho o silêncio do jogo, foi preciso esperar alguns segundos para entender se a luta acabou ou não, já que não há nenhuma indicação sonora (gritos dos fãs) ou visual (a interrupção do juiz) disso.
Essa apatia aparente acaba sendo prejudicada também pela complexa movimentação do jogo, herança de “UFC Undisputed” acrescida de algumas novidades, especialmente nas mecânicas de submissão. Para que você vai treinar habilidades tão sofisticadas se elas não são tão eficazes quanto parecem?
Mais detalhes sobre “EA Sports UFC” devem ser revelados durante a Entertainment Electronic Expo (E3) 2014, que acontece entre os dias 10 e 12 de junho em Los Angeles (EUA). O jogo será lançado para PlayStation 4 e Xbox One no dia 17. (G1)
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