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Pesquisas mostram que maioria dos brasileiros é favorável à proibição do uso do celular nas escolas

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Quase dois terços dos brasileiros são favoráveis à adoção de medidas ou mesmo aprovação de uma nova lei que proíba o uso de celular nas escolas, tanto na sala de aula quanto nos intervalos. É o que revela uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta quinta-feira (17).

 

Em resposta à pergunta sobre apoio ou não à proibição dos celulares nas escolas durante todo o período, 62% dos entrevistados pelo Datafolha disseram apoiar essa medida. Já 36% afirmaram ser contra a proibição, enquanto 2% disseram não saber ou se colocarem como indiferentes.

 

O apoio a uma eventual proibição do uso do celular nas escolas cresce quanto o entrevistado declara ter filho até 12 anos de idade. Pra esse recorte da população, 65% se disseram a favor da adoção da medida, enquanto 34% mostraram posicionamento contrário à proibição.

 

A pesquisa mostra que as mulheres se mostram ainda mais preocupadas do que os homens com os prejuízos que o celular causa ao aprendizado de crianças e jovens: 78% delas acham que o aparelho traz mais prejuízos do que benefícios. Entre os homens, 73% tem a mesma opinião.

 

Já no recorte da escolaridade, o apoio à proibição dos celulares nas escolas é maior entre pessoas com nível educacional mais elevado. Dentre os que estudaram até o ensino superior, 69% são favoráveis, ante 59% que têm até o ensino fundamental.

 

O debate em torno do uso do celular em escolas cresceu depois que o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou, no final de setembro, que o governo Lula vai apresentar um projeto de lei que visa garantir essa proibição. Segundo o ministro, a medida valeria tanto para escolas públicas quanto privadas.

 

Segundo o ministro, o projeto vai se basear em estudos científicos que apontam que os celulares atrapalham a aprendizagem dos alunos, assim como contribuem para o cyberbulling e problemas de saúde mental. Camilo Santana inclusive vem citando um estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura  (Unesco) que recomenda o banimento dos celulares nas salas de aula, e que alguns países já estão adotando essa medida.

 

Na Câmara dos Deputados, diversos projetos já tramitam com a finalidade de promover a proibição dos celulares nas escolas. É o caso do PL 246/2024, apresentado pelo deputado Sargento Isidório (Avante-BA) para proibir o uso indiscriminado de celulares e outros dispositivos eletrônicos pelos alunos nas unidades escolares públicas e privadas brasileiras.

 

O projeto do deputado baiano foi apensado a uma outra proposição mais antiga, do deputado Goulart (PSD-SP), e que se encontra em fase mais adiantada de tramitação na Comissão de Educação da Câmara. Outros projetos sobre o mesmo tema também foram apensados ao PL 10784/2018, que é relatado pelo deputado Diego Garcia (Republicanos-PR).

 

As outras proposições que tramitam sobre este tema na Câmara revelam que a preocupação com o uso de celular nas escolas está presente tanto entre deputados de direita como de centro e até de esquerda. Essa mesma convergência foi medida pela pesquisa Datafolha. Entre os que afirmam terem votado no presidente Lula, 61% se declaram a favor da proibição do aparelho nas escolas, número que chega a 63% em meio aos que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

O Datafolha entrevistou presencialmente uma amostra de 2.029 pessoas, representativa da população brasileira com 16 anos ou mais, em 113 municípios do país, nos últimos dias 7 e 8 de outubro. A margem de erro geral é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%.

 

Uma outra pesquisa divulgada nesta semana mostra uma adesão ainda maior da população brasileira a essa proibição. Levantamento do Instituto Locomotiva com a empresa QuestionPro mostra que oito em cada 10 adultos (80%) acreditam que o uso de celulares nas escolas deve ser proibido. Entre os pais, 82% concordam com essa proibição, também apoiada pela maioria dos entrevistados sem filhos (72%).

 

Nessa pesquisa, a percepção sobre a necessidade da proibição aparece em todas as faixas etárias de adultos, mas no caso de pessoas com 61 anos ou mais o índice é ainda maior: 87% apoiam a restrição. O levantamento identificou ainda que 90% dos entrevistados concordam que as crianças de hoje em dia não querem mais brincar na rua por causa do uso do celular ou para assistir TV.

 

Segundo a pesquisa, 69% dos entrevistados acreditam que a idade ideal para ter o primeiro celular é a partir dos 13 anos, mas 86% acreditam que os jovens desejam ter um celular antes dessa idade. A pesquisa do Instituto Locomotiva com a empresa QuestionPro realizou 1.491 entrevistas em todo o país, no período de 24 de junho a 8 de julho, abrangendo diversas regiões e perfis socioeconômicos. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

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